A Fórmula 1 é sem dúvidas, a mais popular modalidade de automobilismo do mundo. Embora seu início tenha ocorrido em 1950, as primeiras corridas que eram disputadas na Europa, começaram ainda no final do século XIX e foi interrompida pela Primeira e Segunda Guerra Mundial.
Os países que estavam em guerra, proibiram a entrada de pilotos oriundos de países rivais, o que trouxe grandes tensões no esporte a motor. Passados mais de 70 anos, a F1 tem uma história longa em vários aspectos da Geografia, principalmente no que se refere a Globalização, Cultura, Turismo Global, além de desbravar novas tecnologias e tentativas de abrir novos mercados como na China, no Japão e nos Estados Unidos.
A análise Geográfica da F1 se concentrará na Temporada de 2022, que terá seu início entre os dias 23 e 25 de fevereiro no Circuito da Catalunha, na Espanha, e nos dias 10 a 12 de março no Circuito de Sakhir, no Bahrein.
Nosso tour pelo universo da F1 começa pelas corridas que serão realizadas em 23 circuitos, divididos em 21 países e, consequentemente, 4 continentes. A exceção é o continente africano, que não recebe um Grande Prêmio desde 1993, e por falta de investimentos não conseguiu se adaptar as novas regras impostas pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo).
O país sede do GP de 1993 foi a África do Sul, do qual o francês Alain Prost foi o vencedor. Ainda sobre os circuitos, uma novidade: a categoria terá dois GPs nos Estados Unidos, um mercado muito cobiçado pelos dirigentes.
Segundo fontes ligadas a F1, ter o país norte-americano como sede de Grandes Prêmios, aumenta os lucros, atrai novas empresas, um novo público (e um mercado consumidor) e escancara uma concorrência gigantesca a IndyCar, principal categoria do país.
Já no Oriente Médio, mais uma vez o polêmico GP da Arábia Saudita, país de uma cultura extremamente religiosa e conservadora, tendo em vista o veto de mulheres em locais públicos sem uma presença masculina e de intensas perseguições as pessoas com tendência homossexual.
Pilotos como o inglês Lewis Hamilton e o alemão Sebastian Vettel criticaram publicamente a posição radical dos árabes. Inclusive, segundo o portal G1, Vettel organizou uma corrida de Kart para as mulheres, mesmo sabendo de todas as restrições que as mesmas enfrentam no país.
– Organizei um evento de kart com oito jovens mulheres da área de Jeddah. Foi realmente legal conhecer essas jovens, que vieram de ambientes diferentes e tinham níveis diferentes de pilotagem. Todas elas me impressionaram e fiquei realmente inspirado pela confiança delas e pelo desejo de estarem envolvidas com este evento. Espero que elas continuem neste caminho de pilotar por prazer e continuar a aproveitar estas experiências. Quem sabe, no futuro, elas possam competir com sucesso. Foi um dia legal promovendo valores importantes.
Disse Sebastian Vettel ao final do evento.
A análise segue para os pilotos e sua nacionalidade. No Grid de 2022, teremos 20 pilotos de 14 nacionalidades diferentes. O destaque é para o número de europeus na categoria: 12.
Outro detalhe que chama a atenção é que, pela primeira vez na história da F1, haverá um piloto chinês. Trata-se de Guanyu Zhou, de 22 anos, nascido em Xangai, a maior cidade da República Popular da China e uma das maiores metrópoles do mundo, com 25 milhões de habitantes.
Ainda sobre os pilotos, não há nenhum brasileiro, mas, o representante da América Latina é o mexicano Sérgio Perez, de 32 anos, nascido na cidade de Guadalajara, que é a terceira mais populosa do México, com, aproximadamente 1,5 milhões habitantes, considerada a segunda área metropolitana mais populosa do país e a décima na América Latina.
Do continente asiático, destaque para o tailandês Alexander Albon e ao único representante da Oceania, o australiano Daniel Ricciardo.
Se tratando das equipes da temporada de 2022, temos um grande exemplo de Globalização na montagem do carro. O exemplo mais interessante é o da equipe Haas. A escuderia com sede nos Estados Unidos, tem como patrocinador principal a produtora de fertilizantes de potássio Uralkali, sediada na Rússia; utiliza o motor Ferrari, sediada na Itália e os pneus da Pirelli, também sediada na Itália.
Os pilotos que dirigirão o carro são o alemão Mick Schumacher e o russo Nikita Mazepin, tendo como piloto reserva, o brasileiro Pietro Fittipaldi. Ao todo, serão 10 equipes disputando o título deste ano, incluindo a famosa bebida de energéticos, a RedBull, sediada na Áustria e que em 2021, utilizou os motores Honda, sediada no Japão.
Além destas, Ferrari, AlphaTauri e Alfa Romeo (sediadas na Itália), Aston Martin, Mercedes, McLaren e Williams (sediadas no Reino Unido) e Alpine (sediada na França) fecham o grid.
A Geografia também contribui com o bom andamento das corridas através das imagens de satélite, geradas para os estrategistas e chefes de equipe realizarem previsões do tempo, do qual são importantes na hora de executar uma estratégia de pneus.
A primeira corrida de 2022 da Fórmula 1 está prevista para começar no dia 20 de março, com o GP do Bahrein (Oriente Médio), em Sakhir.
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