Na corrida mundial pela vacinação, a África é o continente menos vacinado, com menos de 10% de pessoas imunizadas, sendo assim, um possível berço de novas variantes como a Ômicron, que pode ter surgido na África do Sul.
Enquanto o continente africano é deixado de lado no processo de imunização, o restante das regiões do mundo já supera os 50% de pessoas imunizadas. Veja o gráfico abaixo com dados do Our World in Data.
Essa desigualdade na vacinação expõe o lado mais cruel e perverso da globalização em pleno século XXI. Comparando a África com outras regiões, está claro que não falta capacidade técnica, e sim, desinteresse em imunizar o continente que no cenário global está à margem dentro do sistema capitalista.
África e o risco de novas variantes
A variante do coronavírus Ômicron preocupa novamente o mundo no último mês de 2021. Ainda não há confirmação de que essa nova variante tenha surgido na África do Sul, mas isso não seria nenhum espanto, já que mesmo o país com o maior PIB do continente tem apenas 30% de sua população imunizada.
Mesmo sabendo dos riscos de circulação do vírus e da possibilidade do surgimento de novas variantes, as grandes potências, maiores produtoras de vacinas, resolveram estocar ou aplicar novas doses ao invés de distribuí-las para as nações mais pobres.
Essa é só mais uma contradição capitalista, que a cada dia que passa, se mostra incapaz de resolver os problemas globais. Mesmo sendo necessário vacinar o continente africano para a retomada do crescimento econômico mundial (único fator que importa para o sistema), as potências sequer pensam no perdão de dívidas e suas multinacionais farmacêuticas não cogitam a quebra de patentes.
Na gepolítica da vacina, a China vem ocupando o vácuo deixado pelas potências capitalistas tradicionais e prometeu ao continente africano 1 bilhão de doses, sendo 600 milhões doadas e as outras 400 milhões, produzidas na África em parceria com laboratórios chineses.
No mesmo dia do anúncio do presidente da China Xi Jinping, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden afirmou que a melhor solução para combater novas cepas é a vacinação mundial. Resta agora esperar uma atitude mais rápida e eficiente dos líderes mundiais para uma vacinação em massa a nível global para a contenção do coronavírus.