Uma nova unidade federativa pode integrar o Brasil a partir da divisão do Pará e o projeto já corre no senado. Trata-se do estado do Tapajós, que seria a 28ª unidade federativa do Brasil, sendo criado a partir do desmembramento de municípios do oeste do Pará, segundo maior estado brasileiro.

O projeto deveria ter sido votado na quarta-feira (24/11/2021) após ser pautado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), porém foi adiado devido as discussões sobre a PEC dos Precatórios, conhecida como PEC do Calote, além da sabatina de André Mendonça, indicado para o STF (Supremo Tribunal Federal).

O novo estado deverá ter quase a metade do território do Pará, 43,15% e abrigará uma população em torno de dois milhões de habitantes (15% do Pará). Se aprovado, o estado terá um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 6,5 bilhões, equivalente a 11% do PIB do Pará.

O estado do Tapajós irá abranger 24 municípios do oeste do estado do Pará, sendo eles Santarém (capital), Alenquer, Almeirim, Aveiro, Belterra, Brasil Novo, Curuá, Faro, Itaituba, Jacareacanga, Juruti, Medicilândia, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Novo Progresso, Óbidos, Oriximiná, Placas, Prainha, Rurópolis, Terra Santa, Trairão e Uruará

No poder público, terá 8 deputados federais e 24 estaduais. O governador do Pará, Helder Barbalho, é contra a divisão, alegando a possibilidade de conseguir governar o segundo maior estado do Brasil e que ele se encontra mais unido que nunca. Seu pai, Jader Barbalho, pediu vistas da votação do projeto que deveria ter ocorrido no dia 17 de novembro.

Estado do Tapajós
Localização do estado do Tapajós.

Divisão do Pará: uma proposta antiga

A proposta de divisão do Pará é antiga, da década de 1990. Na época, após a redemocratização do Brasil, surgiu o projeto de divisão do Pará em três: Pará, Tapajós e Carajás.

Em 2011, realizando uma consulta popular, 66,08% dos cidadãos rejeitaram a criação do estado de Tapajós e 66,59% a do estado de Carajás, mantendo o estado do Pará como uma única unidade federativa.

Para se criar um novo estado no Brasil, segundo a Constituição, é necessário a aprovação da maioria absoluta na Câmara dos Deputados e no Senado, além de consulta a população por plebiscito.

Especialistas afirmam que caso haja uma divisão, o estado do Tapajós nasceria endividado, com um custo de R$2 bilhões para manutenção de sua máquina pública, o que corresponderia a 51% do seu PIB. A média nacional é de 12,72%.

Resta aguardarmos o novo capítulo dessa novela que já dura três décadas. Acompanhe na TudoGeo todos os detalhes.

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