Filme “O Abismo” da Netflix e o desastre em Maceió
A história do filme “O Abismo” “O Abismo” é um filme sueco disponível na Netflix, inspirado na história ocorrida na
Há 20 anos no dia 11 de setembro de 2001, ocorria nos Estados Unidos uma série de atentados terroristas que chocaram o mundo e marcaram a virada do século XXI e a Nova Ordem Mundial.
O grupo terrorista Al-Qaeda e seu principal líder Osama bin Laden, haviam planejado os ataques e treinado os terroristas no Afeganistão, controlado desde 1996 pelo Talibã, grupo que se originou dos mujahidins, guerreiros que lutaram contra a ocupação soviética com apoio dos Estados Unidos.
Os alvos do ataque terrorista eram as torres do World Trade Center em Nova Iorque, o Pentágono e a Casa Branca em Washington. Só os dois primeiros alvos foram atingidos.
O saldo dos ataques foi um total de 3000 mortes e a cicatriz do trauma deixado na população norte-americana.
O colapso da União Soviética em 1991 e a rápida e esmagadora vitória dos Estados Unidos sobre as tropas iraquianas na Guerra do Golfo, pareciam demonstrar que uma liderança hegemônica absoluta havia se consolidado.
Apesar de países como Alemanha e Japão terem despontado como grandes economias enquanto os Estados Unidos disputava sua superioridade com a União Soviética, nenhum país até então tinha sido capaz de alcançar o poder geopolítico e econômico norte-americano.
A vitória do capitalismo liberal estadunidense era presenciada pela importância do dólar na economia mundial e pelo receituário neoliberal prescrito pelos Estados Unidos no Consenso de Washington, que influenciou significativamente a América Latina.
Mas o que aparentava ser uma nova ordem unipolar se mostrava uma nova desordem a partir do século XXI, onde o ordenamento geopolítico mundial dava sinais de não ter uma liderança sólida.
Os atentados de 11 de setembro de 2001, o primeiro ataque estrangeiro no território contíguo dos EUA, expôs as fraquezas da então superpotência.
A invasão ao Afeganistão em 2001 que retirou o Talibã do poder e ao Iraque em 2003, que derrubou o ditador Saddam Hussein, ao longo do tempo se mostraram um fracasso que custaram trilhões, causando o surgimento do Estado Islâmico no Iraque e a retomada gradual de territórios pelo Talibã no Afeganistão, enquanto ceifava vidas de militares norte-americanos a um alto custo dos contribuintes, gerando descontentamento.
Em meio a vultuosos gastos militares no Oriente Médio, alguns deles polêmicos como a compra de uniformes militares de selva para o exército do Afeganistão, um país completamente desértico, veio a crise financeira de 2008, abalando profundamente a economia do país.
Enquanto isso, a China, que havia iniciado sua trajetória capitalista na década de 1980, vinha superando as expectativas de crescimento econômico, se tornando o maior exportador mundial de bens de consumo.
Com uma aproximação junto aos países emergentes dos BRICS, a crise para os chineses foi branda se comparada as potências desenvolvidas como os Estados Unidos, que viveram sob altas taxas de desemprego e queda drásticas no crescimento econômico.
Com sua economia em efervescência, a China passou a ter a maioria de sua população urbana e começou a se destacar em setores de alta tecnologia, produzindo celulares, computadores, iniciando missões espaciais e saindo na frente na corrida do 5G.
A política nacionalista e antiglobalização de Donald Trump também afetaram negativamente o país, com a retirada da participação dos Estados Unidos da Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês), abrindo espaço para a China liderar o acordo que será maior que a União Europeia e o USMCA.
Após 20 anos da mais longa guerra vivida pelos Estados Unidos, o governo Joe Biden resolve dar sequência a proposta de Donald Trump de retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão. E o que era de se esperar aconteceu: o Talibã retoma o poder no país.
Antes mesmo da retomada do poder pelo Talibã, a China havia iniciado negociações com o grupo para evitar uma possível influência rebelde nos povos islâmicos uigures, de sua província de Xinjiang.
Além de demonstrar um enfraquecimento, os EUA abriram espaço para a China expandir seus projetos da Nova Rota da Seda para o Afeganistão, que pode ser mais um dos vários países a receber investimentos desse ambicioso projeto geopolítico chinês, sendo um território estratégico para a passagem de suas infraestruturas.
A cada vácuo deixado pelos EUA, a China vem se mostrando cada vez mais capaz de preenchê-los. Com a gestão eficiente da pandemia na China, sua liderança da economia mundial foi antecipada para esta década.
Entre uma sucessão de crises e erros estratégicos dos Estados Unidos, a China conquistou sua ascensão e está a poucos passos de se consagrar como a potência da nova ordem mundial no século XXI, em uma trajetória iniciada a partir do 11 de setembro de 2001.
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