Filme “O Abismo” da Netflix e o desastre em Maceió
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Na última quinta-feira, 15 de abril, comemorou-se o Dia Nacional da Conservação do Solo. A data foi criada com o intuito de desenvolver um pensamento crítico na população sobre a importância da correta utilização do solo, como um recurso natural para a produção de alimentos.
Segundo relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), 33% dos solos no mundo estão degradados por erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação. Na América Latina, cerca de 50% dos solos estão sofrendo algum tipo de degradação. No Brasil, os principais problemas encontrados são: erosão, perda de carbono orgânico e desequilíbrio de nutrientes, além da salinização, poluição e acidificação.
O estudo da organização também constatou outros prejuízos, como selamento da terra – que agrava as enchentes – e perda de fertilidade.
O solo desempenha diversas funções importantes para a sobrevivência do planeta. Quando gerido de forma sustentável, gera nutrientes para as plantas, produz o nosso alimento, e ainda ajuda no combate ao aquecimento global, sequestrando carbono e outros gases de efeito estufa.
Por isso, qualquer tipo de deposição, descarga, infiltração, acumulação ou enterramento de substâncias e produtos poluentes, em estado líquido, gasoso ou sólido, nos solos e subsolos deve ser combatido.
Sendo o solo considerado um recurso natural e essencial para a vida – pois é a partir dele que as práticas agropecuárias se realizam, garantindo a sustentação básica das sociedades tanto no quesito alimentar quanto no da produção de matérias primas -, a sua exploração indiscriminada pode causar danos ambientais e de ordem econômica, o que justifica a necessidade de compreensão das diferentes técnicas de conservação, que visem garantir uma relação de sustentabilidade.
Entre os problemas que afetam os solos em áreas de cultivo, destacam-se principalmente os processos erosivos e a perda da fertilidade.
Na tentativa de evitá-los, técnicas de cultivo para conservar os solos são empregadas. A seguir, confira-as em detalhes:
ADUBAÇÃO VERDE:
A adubação verde ou orgânica é a técnica de cultivo que consiste na alternância entre as safras com leguminosas (plantas que dão vagens, como o feijão, lentilha e ervilha).
AFOLHAMENTO:
O afolhamento consiste na divisão da área de plantio em três partes – duas delas com culturas diferentes de cultivo e outra em descanso, permitindo a reposição natural dos nutrientes do solo.
ROTAÇÃO DE CULTURAS:
A rotação de culturas corresponde à alternância (“rotação”) entre os tipos de elementos agrícolas a serem cultivados. Assim, cada espécie cultivada consegue repor os nutrientes do solo retirados pela anterior.
PLANTIO DIRETO:
Como o próprio nome diz, o plantio é feito diretamente sobre os restos da colheita anterior, sem a necessidade de realizar uma nova aragem da terra, evitando a exposição do solo aos fatores climáticos e o seu desgaste.
TERRACEAMENTO:
A técnica do terraceamento na agricultura consiste na implementação de terraços para o cultivo em áreas de vertentes. Semelhante aos degraus de uma escada, essa técnica faz com que a água perca a força de deslocamento em períodos chuvosos, no sentido de garantir a infiltração e diminuir o impacto erosivo.
CURVAS DE NÍVEL:
O plantio em curvas de nível consiste no cultivo das espécies perfilando-as conforme as variações altimétricas do terreno, o que, assim como no terraceamento, diminui o impacto da erosão pela ação do escoamento da água das chuvas.
CALAGEM:
Mais do que uma técnica de conservação do solo, a calagem visa também a correção da acidez do solo através do uso do calcário, a fim de aumentar a produtividade. Ela é a base de um bom cultivo, principalmente no Cerrado brasileiro onde o solo é ácido e possui presença de alumínio tóxico. Responsável por elevar o pH e neutralizar o alumínio tóxico, também fornece nutrientes como cálcio e magnésio e melhora a absorção dos nutrientes.
Além da calagem, vale destacar outra técnica para correção do solo. É a gessagem. Cuidado para não confudí-las! Diferentemente da calagem, a gessagem não altera o pH do solo, mas fornece nutrientes como cálcio e enxofre; atinge camadas mais profundas do solo, neutralizando o alumínio e fornecendo cálcio em profundidade; e possibilita um melhor crescimento radicular.
Desta forma, o gesso agrícola e o calcário não são concorrentes, mas complementares. O calcário (Carbonato de Cálcio ou de Magnésio) age na camada superficial do solo, corrigindo a acidez e elevando o pH na camada em que foi incorporado; enquanto o gesso agrícola (Sulfato de Cálcio) atua na camada mais profunda do solo, fornecendo nutrientes, neutralizando o alumínio tóxico e aumentando a porosidade dos solos.
Mas, como nem tudo são flores, o uso intensivo tanto da calagem quanto da gessagem foi o que levou ao avanço da fronteira agrícola do país e a consequente devastação do bioma Cerrado, trazendo prejuízos aos solos e ao meio ambiente em geral.
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