Você conhece algum lugar que está em chamas há quase 50 anos? Conhece um monte de 40 metros de altura feito de recipientes de azeite? Já viu uma ilha que a cada 6 meses troca de país? Veja esses e mais outros lugares curiosos.

1- Cratera de Darvaz – Turcomenistão (porta do inferno)

A cratera de Darvaz, conhecida como porta do inferno no Turcomenistão.

A cratera de Darvaz que está eh chamas há quase 50 anos, encontra-se no deserto de Karakum, no Turcomenistão. Esse deserto ocupa quase 70% do território do país e é rico em combustíveis fósseis como petróleo ou gás natural.

Em 1971, durante a Guerra Fria, quando o Turcomenistão era uma das 15 repúblicas pertencentes a União Soviética, engenheiros descobriram um campo petróleo neste deserto, iniciando assim o processo de perfuração. Os engenheiros soviéticos não contavam com uma caverna no subsolo, que fez o chão ceder, abrindo assim um grande cratera.

Para solucionar o problema da emissão do gás metano dessa cratera, os engenheiros resolveram atear fogo, já que sua extração exigiria um elevado gasto. Pensava-se que o fogo apagaria em alguns dias, porém, até hoje é possível ver a cratera em chamas, quase 50 anos depois! Por sua aparência macabra ganhou o apelido dos moradores locais de porta do inferno.

2- Monte Testaccio – Itália

Monte Testaccio em Roma na Itália. Na imagem, também se encontra o modelo da ânfora que era descartada no local. Fonte: Google Earth.

O Monte Testaccio fica localizado em Roma na Itália. Apesar de sua aparência, esse monte de 40 metros de altura não teve uma formação natural. O mais bizarro é que ele foi formado entre o século I e III d.C. pelo acúmulo de cacos de cerâmica das ânforas, recipientes utilizados para transportar azeites e outros líquidos.

Ao chegar ao porto de Roma, um importante ponto na rota do comércio marítimo entre o Império Romano, a península Ibérica e o norte da África, as ânforas eram esvaziadas e descartadas no local onde hoje situa-se o Monte Testaccio. As ânforas quebradas durante o transporte pelo rio Tibre também eram descartadas o local.

3- Ilha dos Faisões – França/Espanha

A cada 6 meses a soberania da Ilha dos Faisões reveza entre a França e a Espanha. Fonte: Google Earth.

A Ilha dos Faisões é uma ilha fluvial localizada no rio Bidasoa e apesar do seu nome, não possui faisões. É o menor área do mundo com soberania compartilhada entre dois países, com aproximadamente 5000 m² distribuídos entre 215 metros de comprimento e 38 metros de largura. A ilha não possui habitantes e não pode ser visitada a não ser por membros dos comandos navais de cada país.

A cada 6 meses, a ilha administrada em condomínio plurinacional, passa das mãos da França para a Espanha e vice-versa. Esse modelo administrativo surgiu em meados do século XIX quando através do Tratado de Baiona (1856), a Espanha cede a França metade do rio Bidasoa e decidem o condomínio sobre a Ilha dos Faisões.

4- Estádio Zerão – Brasil

Estádio Zerão
Estádio Milton de Souza Corrêa, o famoso Zerão em Macapá (AP): metade do campo está no hemisfério Norte e a outra no Sul. Fonte: UOL.

O Estádio Milton de Souza Corrêa, conhecido popularmente como Zerão, localiza-se na capital do Amapá, Macapá. Seu apelido se deve ao fato de que a linha do meio de campo coincide exatamente com a linha do equador e portanto, na latitude 0º. Por conta disso, uma partida de futebol ocorre nos dois hemisférios da Terra!

Se hoje visitarmos o local com um aparelho de GPS, ou mesmo se observarmos o estádio pelo Google Earth, veremos que a linha do equador na verdade está deslocada a 70 metros, não coincidindo com o meio de campo. Por que isso ocorre?

Quando o estádio foi construído, o sistema de coordenadas geográficas utilizado era o SAD-69 (South Americam Datum-1969). Com o desenvolvimento de novas tecnologias que melhoraram a precisão na identificação de coordenadas, houve a padronização dos sistemas de coordenadas geográficas com o datum WGS-84 (World Geodetic System-1984). Isso causou um deslocamento de algumas dezenas de metros em todas as coordenadas do mundo, o que justifica esse deslocamento da linha do Equador no estádio Zerão. Essa mudança não indica que o local está errado, apenas que no sistema WGS-84 a linha do equador não coincide com o meio de campo!

Estadio Zerão deslocamento do datum
Estádio Zerão visualizado pelo Google Earth no Sistema de Referência de Coordenadas WGS-84: neste sistema ocorre um deslocamento de aproximadamente 70 metros da linha do equador com o meio de campo. Fonte: Google Earth.

5- Ponto Nemo – Oceano Pacífico

Ponto Nemo, o local mais distante de qualquer continente ou ilha no planeta Terra. Fonte: Google Earth.

O Ponto Nemo é conhecido como o Polo de inacessibilidade do Pacífico, justamente por ser o local mais distante de qualquer continente ou ilha. Originalmente chamado de Polo Oceânico de Inacessibilidade, foi batizado de Ponto Nemo, em referência ao personagem Capitão Nemo (em latim ‘ninguém’) do romance Vinte Mil Léguas Submarinas de Júlio Verne. No romance, o personagem desejava submergir com seu submarino Náutilus em um local onde não houvesse ninguém, somente água.

Apenas em um raio de 2690 km a partir do Ponto Nemo é que se encontra terra firme. Ao norte está a Ilha Ducie, pertencente ao Reino Unido e desabitada, possuindo apenas 2 km. Ao nordeste, está a ilhota de Motu Nui, também desabitada, localizada no arquipélago da ilha de Pascoa. Já ao sul, encontra-se a remota ilha Maher na Antártida, que foi descoberta a pouco mais de 150 anos.

6- Ilhas Diomedes

Ilhas Diomedes no Estreito de Bering: as ilhas do ontem e do amanhã. Fonte: Google Earth.

As ilhas diomedes localizadas no Estreito de Bering, entre a Rússia e o Alasca (pertencente aos Estados Unidos), apresenta uma particularidade: cada uma das ilhas separadas por apenas 4 km de distância está em um dia diferente!

Isso ocorre devido a passagem da Linha Internacional de Data (se quiser saber mais sobre veja esse artigo) entre a Ilha Diomedes Maior (Rússia) e a Ilha Diomedes Menor (Estados Unidos). Durante a Guerra Fria, o local ficou conhecido como cortina de gelo, em referência a cortina de ferro na Europa (divisão entre as fronteiras socialistas e capitalistas na Europa).

Devido ao fato dessas ilhas se encontrarem divididas pela Linha Internacional de Data, a Ilha Diomedes Maior que está no extremo oriente do globo se encontrará no dia seguinte, enquanto a Ilha Diomedes Menor, no extremo ocidente, estará no dia anterior. Por que isso ocorre?

Esta linha estabelece o início de um dia e ao cruzá-la, há uma mudança de data. Subtrai-se um dia caso esta linha seja cruzada do Hemisfério Oriental (leste) para o Hemisfério Ocidental (oeste), e acrescenta-se um dia no sentido inverso. Em outras palavras, a “esquerda” desta linha (Hemisfério Oriental) está sempre um dia a frente do lado direito (Hemisfério Ocidental).

Isso ocorre pois ao cruzar esta linha por exemplo do Hemisfério Ocidental para o Oriental, seria como se fossem percorridos no sentido de rotação da Terra (oeste-leste), 12 fusos no Hemisfério Ocidental mais 12 fusos no Hemisfério Oriental, ou seja, 24 fusos e portanto 24 horas e consequentemente 1 dia a mais! No inverso, do Hemisfério Oriental para o Ocidental, ao percorrer 24 fusos no sentido contrário ao de rotação da Terra (sentido oeste), subtrai-se 24 horas e portanto, tem-se 1 dia a menos.

Ilhas Diomedes
Enquanto na Ilha Diomedes Maior (Rússia) é domingo, na Ilha Diomedes Menor (EUA) é sábado. Fonte: Google Earth.

Você também pode gostar destes artigos...

Comentários

Postagens recentes

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Ads Blocker Detected!!!

We have detected that you are using extensions to block ads. Please support us by disabling these ads blocker.

Powered By
Best Wordpress Adblock Detecting Plugin | CHP Adblock